O que é o ‘isopor da Amazônia’, alternativa sustentável à construção civil criada por cientistas
Pesquisadores desenvolveram uma alternativa sustentável que pode servir como opção para substituir o isopor como painel térmico na construção civil.
Trata-se do “isopor da Amazônia”, feito com miriti, um material bastante conhecido na região Norte e utilizado principalmente para produção de artesanatos e brinquedos.
O isopor tradicional, conhecido cientificamente como poliestireno expandido não é biodegradável e demora cerca de 400 anos para se decompor.
Já o “isopor da Amazônia” é 100% natural.
Também chamada de palmeira de buriti, a planta é conhecida como “árvore da vida”, pois tudo dela pode ser aproveitada.
“A palha é utilizada para cobrir casas, a folha central é usada em artesanatos, roupas e redes. Já os frutos são utilizados para alimentação. O caule também é utilizado na construção civil”, diz Bruno Baldoni.
Para Alessandra, é possível agregar ainda mais valor à planta durante a cadeia de processamento.
“Não queremos que as comunidades vendam o miriti para grandes empresas, mas sim que aprendam a extrair o material e fazer todo o processamento do bloco, para só assim vendê-lo para o setor privado”.
Baldoni cita que o material poderia, por exemplo, ser utilizado na construção de casas emergenciais no Rio Grande do Sul após as chuvas que assolaram o Estado.
“Conseguimos fazer um bloco que, em vez de perder 50% do material, perdemos praticamente nada e ele ainda acaba tendo uma resistência um pouquinho maior”, disse.
Com a ideia do “isopor da Amazônia” patenteada, o próximo passo dos pesquisadores é conseguir alcançar a produção em escala industrial sem prejuízo ao meio ambiente.
“A população ligada à floresta é a primeira coisa que faz com que aquele espaço seja preservado. Então, se elas perceberem o buritizal como uma fonte de renda, vão cuidar com muito carinho porque sabem que é dali que vai ter o sustento. As pessoas destroem o meio ambiente quando elas não têm outra opção. Quando percebem que aquilo está gerando retorno, elas vão preservar”, diz Bruno.
expresso.arq sobre artigo de Beatriz França