Manta para telhado: o que é, os benefícios e os principais tipos

Usada frequentemente como solução térmica e anti-vazamento, a manta para telhado amplia a vida útil dos materiais utilizados na cobertura dos imóveis e contribui até com o conforto dos moradores. Isso porque o elemento, produzido em diversos materiais, traz um efeito impermeabilizante em caso de goteiras ou rachaduras na superfície.

O que é a manta para telhado?

A manta para telhado é um material flexível e geralmente fino, instalado sob as telhas ou como parte do sistema de isolamento térmico e impermeabilização. Ela tem duas funções principais: proteger o telhado ou laje, e evitar a formação de goteiras em superfícies antigas e danificadas – as avarias podem surgir devido a fatores como tempo de vida útil, movimentação das telhas com o vento, dilatação do material ou em função de intempéries.

“Em estruturas avariadas, a manta corrige infiltrações e gotejamentos. Nesse caso, vai vedar tanto as emendas das telhas que podem ter se movimentado, como vedar pequenas fissuras que podem aparecer ao longo dos anos”, explica Mariana Meneghisso, arquiteta urbanista pós-graduada em responsabilidade civil e co-fundadora da Meneghisso e Pasquotto Arquitetura.

Elas podem ser instaladas em telhados novos, isto é, em construções em andamento. Nesse caso, o propósito é garantir uma resistência e durabilidade maior, funcionando como uma camada de proteção. Assim, o elemento tem impacto na redução de custos e gastos com manutenção do telhado.

“Além disso, o material conta com função acústica, ideal para aqueles tipos de telhado que podem fazer muito barulho durante uma chuva pesada, por exemplo”, diz a arquiteta.

Há, ainda, a função térmica de ser um refletor para não deixar que o calor seja absorvido pelo telhado e, com isso, ser transferido para o interior do imóvel. “As mantas foram criadas, principalmente, pensando nessa redução de calor, induzindo um menor consumo de energia de ar-condicionado”, aponta Mariana.

Tipos de manta para telhado

Existe uma variedade de materiais disponíveis para mantas de telhado, desde modelos asfálticos ou de borracha, possuindo propriedades e características diferentes. Segundo Alexandre Pasquotto, arquiteto urbanista que atua na construção civil e co-fundador da Meneghisso e Pasquotto Arquitetura, os modelos mais utilizados são a manta asfáltica e a manta líquida.

A manta asfáltica pode ser adquirida em rolo e é caracterizada, principalmente, pelo seu brilho prateado. “Essa manta tem a função de evitar infiltração. Tem uma espessura mais robusta e pode servir para funções acústicas”, aponta o arquiteto. É indicada para áreas de grandes extensões.

“Ela pode ser aplicada diretamente sobre uma laje onde ainda não tem um telhado. Mas ela por si só não é uma cobertura sozinha e precisa de uma base para ser aplicada”, alerta Mariana. “Precisa de um preparo de base mais cuidadoso, e ela vai de uma manta mais fina, de 2 milímetros, até uma de poliéster tipo 3, com 4 milímetros de espessura”, acrescenta Alexandre.

Já a manta líquida pode vir em vários formatos. Porém, a mais conhecida é a versão de tinta emborrachada. De acordo com o arquiteto, a principal função é a de proteção térmica, não deixando que o calor seja transferido para as telhas e para o ambiente interno.

“É como uma tinta que pode ser aplicada com máquinas de compressão, pincel de borracha ou, dependendo da superfície, com um rolo. Nesse caso, a tinta epóxi é mais resistente e durável do que a acrílica, mas requer alguns cuidados”, coloca o arquiteto.

Existe, ainda, a manta térmica, instalada entre a telha e uma estrutura de madeira. “É conhecida por isolar termicamente, mantendo a temperatura interna estável e proporcionando conforto em dias quentes e frios. A manta térmica pode ser de uma ou duas faces”, informa Luciana Conrado, diretora operacional da L2C Engenharia.

A manta de uma fase é ideal para locais com temperaturas amenas, enquanto a de duas fases costumar ser indicada para locais com temperaturas mais altas. “Estas são capazes de reduzir em até 10 °C a temperatura interna, diminuindo o consumo de energia elétrica em até 70%o”, ela complementa.

Ainda segundo Luciana, a durabilidade de cada uma das mantas é diferente. A manta asfáltica pode durar até 10 anos, com uma garantia de execução de 5 anos. Já a manta líquida varia conforme a qualidade do produto, condições climáticas e aplicação, podendo durar de 5 até 10 anos.

Como escolher a manta para telhado

A escolha irá depender das suas necessidades e o tipo de superfície. “Os locais de maior calor devem utilizar mantas reflexivas, para evitar a entrada de calor no imóvel. Enquanto a manta para um local mais frio deve ser preta, como uma manta asfáltica ou manta líquida preta, que retem o calor”, indica Mariana.

Para telhados novos, Alexandre aconselha a instalação de mantas líquidas ou emborrachas, que trazem uma proteção do telhado antes que o dano aconteça. “Em grandes áreas de estacionamento, por exemplo, é sugerido a manta asfáltica, onde ela tem uma durabilidade maior em função da sua camada de proteção”, ele comenta.

Já em telhados que possuem algum tipo de infiltração, os arquitetos apontam que vale usar tanto a manta asfáltica, que costuma trazer maior proteção e solucionar trincas maiores, quanto a manta líquida, que é mais recomendada em casos de pequenas infiltrações ou gotejamentos.

Como instalar a manta para telhado

As mantas líquidas podem ser aplicadas por um revólver à compressão ou uma brocha. Já se a superfície for mais plana, também é possível usar um rolo. “Cada fornecedor vai informar quantas demãos esse telhado precisa receber para ter a resistência indicada”, diz Mariana.

Para a asfáltica, é necessário fazer um preparo com um primer antes da instalação e a manta precisa ser aquecida na face interior. “Ela tem necessidade de uma mão de obra mais específica, pois é necessário o uso de um maçarico para conseguir aquecer a face interior e fazer com que tenha aderência”, ressalta Alexandre, indicando a contratação de profissionais especializados para o processo.

expresso.arq com informações de Adriana Marruffo, com Nathalia Fabro