Conheça o concreto sem cimento de alternativa sustentável ao Portland

O concreto é o material construtivo mais usado no mundo e, tradicionalmente, composto por cimento – cuja produção é responsável por 8% das emissões de gás carbônico CO² no mundo. Ou seja, está longe de ser a opção mais verde.

Mas e se o concreto pudesse ser produzido sem cimento? É isso que propõe a empresa norte-americana C-Crete Technologies com o seu material potencialmente negativo em carbono e alternativo ao cimento Portland.

C-Crete é o primeiro concreto à base de zeólita do mundo que dispensa o uso de cimento Portland — Foto: LinkedIn / C-Crete Technologies / Reprodução
C-Crete é o primeiro concreto à base de zeólita do mundo que dispensa o uso de cimento Portland — Foto: LinkedIn / C-Crete Technologies / Reprodução

Conforme Rouzbeh Savary, fundador e presidente da C-Crete, o ligante de sua empresa é composto por rochas naturais não carbonáticas (como basalto, zeólita, etc.) ou por subprodutos industriais.

Em relação ao concreto tradicional, a diferença está na melhor durabilidade do produto. “Nosso teste de envelhecimento acelerado garante isso. Outra evidência é que a nossa estrutura mais antiga construída com concreto sem cimento, um edifício real, que tem agora mais de um ano, não apresenta traços de degradação ou rachaduras”, afirma Rouzbeh, que é engenheiro civil e doutor em Ciência dos Materiais.

Benefícios do concreto livre de cimento

As vantagens do concreto C-Crete incluem a descarbonização do processo de produção, a economia de água e a sua fácil implementação — Foto: LinkedIn / C-Crete Technologies / Reprodução
As vantagens do concreto C-Crete incluem a descarbonização do processo de produção, a economia de água e a sua fácil implementação — Foto: LinkedIn / C-Crete Technologies / Reprodução

Como vantagens do seu produto, Rouzbeh cita:

  • Zero uso de cimento Portland;
  • Descarbonização de cimento/concreto: economia até 1 tonelada de CO² por tonelada de ligante C-Crete usado;
  • Energia ultrabaixa incorporada a partir do uso de rochas naturais ou subprodutos industriais como ligante;
  • Economia de água: o concreto alternativo requer até aproximadamente 15% menos água, o que é benéfico ao meio ambiente;
  • Atendimento aos padrões de ASTM C1157, congelamento-degelo, retração por secagem, reação álcali-sílica, resistência a cloreto/ácido, etc.;
  • Dispensa o desenvolvimento de um novo código, já que o C-Crete se enquadra ao padrão ASTM C1157 existente;
  • Calor de hidratação ideal: cerca de 32 °C, atendendo ao padrão ACI 301, mesmo para grandes fundações de esteira
  • Fácil implementação: tecnologia “drop-in” e concreto facilmente bombeável por meio de bombas de linha e lança;
  • Propriedades superiores, em comparação ao concreto tradicional: resistência de até 10.000 psi ou mais, maior durabilidade, etc.;
  • Compatibilidade com muitos aditivos convencionais;
  • Paridade de custo com o concreto convencional;
  • Alta refletância solar, que gera um efeito mínimo de ilha de calor;
  • Produto escalável tanto em matérias-primas quanto em processo de fabricação.
O C-Crete gera uma economia de até 1 tonelada de CO² por tonelada de ligante usado. Na foto, Rouzbeh Savary em sua palestra na reunião anual do Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL) sobre descarbonização de cimento e concreto — Foto: LinkedIn / C-Crete Technologies / Reprodução
O C-Crete gera uma economia de até 1 tonelada de CO² por tonelada de ligante usado. Na foto, Rouzbeh Savary em sua palestra na reunião anual do Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL) sobre descarbonização de cimento e concreto — Foto: LinkedIn / C-Crete Technologies / Reprodução

Desafios

Apesar dos benefícios apontados, implementar o uso do concreto alternativo em larga escala pode ser um desafio – mas não devido à ciência, tecnologia ou escalabilidade, segundo Rouzbeh. “O desafio é a natureza muito conservadora da indústria da construção – ou seja, a mentalidade das pessoas quando se trata de novos produtos”, diz.

Recentemente, a Administração de Serviços do Governo dos Estados Unidos (GSA) anunciou o uso de concreto sem cimento da C-Crete Technologies em edifícios federais.

expresso.arq com informações de Yara Guerra

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