Projetos de arquitetura e interiores: dicas para um processo tranquilo
Uma reforma ou construção dos sonhos pode facilmente se transformar em um pesadelo por inúmeros motivos. Portanto, uma fase de projeto minuciosa é essencial para evitar intercorrências e diversos desgastes.
Para ajudar nessa etapa e garantir o sucesso da obra, reunimos aqui algumas dicas essenciais para transmitir com clareza todos os sonhos e as demandas para o arquiteto ou designer de interiores de confiança.
Os primeiros passos
Antes de iniciar um projeto, é essencial ter clareza sobre suas necessidades e expectativas. “Pensar no que deseja construir ou reformar e comunicar essas informações de forma objetiva ajuda o arquiteto a preparar uma proposta de trabalho mais assertiva”, orienta a arquiteta Juliana Fabrizzi (@julianafabrizzi_arquitetura).
Para Ana Rozenblit, arquiteta do escritório Spaço Interior (@spacointerior), um briefing bem detalhado é essencial no início do projeto e evita mudanças ao longo do caminho, garantindo que o resultado atenda às expectativas.
Demandas
Listar todos os detalhes que um projeto deve abranger não é uma tarefa fácil, afinal é impossível prever tudo que vamos precisar no dia a dia. Os arquitetos e designers de interiores, em geral, têm métodos próprios para extrair essas informações dos clientes. Como têm experiência, eles costumam sugerir dinâmicas para que os proponentes mapeiem seus desejos e suas necessidades de forma clara e intuitiva.
A arquiteta Daiane Antinolfi (@daianeantinolfi) afirma ser importante o morador focar na vivência e repassar o seu dia a dia, para que ele consiga entender o que, de fato, faz diferença. “Muitas vezes, detalhes [na rotina] incomodam e ele [proprietário] nem se dá conta. Uma solução simples pode fazer toda a diferença”, aponta ela.
Os donos do imóvel, objeto de reforma ou construção ainda devem considerar a sua fase de vida e entender o que realmente é importante para a família atualmente e em um futuro próximo. O projeto precisa refletir a personalidade e o dia a dia do cliente, então, aspectos como o estilo de vida, a composição familiar e até os hobbies devem ser considerados.
“Muitas vezes procuramos inspiração em redes sociais e revistas, mas, antes de buscar fora, precisamos olhar para dentro”, afirma Daiane. “O que funciona para a família do vizinho pode não funcionar para você, isso é o que chamamos de personalizar seu projeto”, complementa.
Veja abaixo algumas perguntas sugeridas pelas arquitetas que podem ajudar no processo:
- Quais ambientes precisam ser reformados ou criados?
- Quais são as suas prioridades e o que não pode faltar?
- Como cada ambiente é usado no dia a dia?
- Há alguma referência, estilo ou inspiração que gostaria de seguir?
- O que considera mal resolvido, não gosta ou deseja modificar?
- Como é a rotina da família?
- Há crianças, idosos, pets ou pessoas com necessidades especiais que exijam adaptações?
- Você gosta de receber amigos e familiares?
- Um home office é necessário? Quanto tempo passará nele?
- Prefere espaços mais integrados ou setorizados?
- Alguém que usará o espaço tem alergias ou restrições específicas?
- Como se sente em relação a cores e texturas?
- Quais atividades os usuários mais gostam de fazer?
- Prefere estar cercado de objetos de família ou gosta de um estilo mais moderno e atual?
Sonho versus orçamento
O orçamento é um fator determinante para a viabilidade de uma obra, mas para ter uma noção verdadeira dos custos, é necessário ter um projeto. Portanto, segundo Juliana, é fundamental definir um orçamento realista e alinhado com as expectativas, planejando cada etapa a fim de se evitar gastos desnecessários e retrabalho.
“A transparência do cliente sobre a verba disponível é essencial. O arquiteto pode ajudar a equilibrar prioridades, indicando onde vale mais a pena investir para obter o melhor resultado dentro do orçamento”, aconselha.
Devido a sua experiência, o contratado para elaborar o projeto pode compartilhar uma média de valores por metro quadrado com base em reformas e construções recentes. Isso ajuda o morador a alinhar suas expectativas e ponderar suas prioridades.
A partir daí, é possível avaliar alternativas inteligentes, como materiais mais acessíveis com estética semelhante aos mais caros, cortar elementos desnecessários e realizar substituições mais baratas. “Uma boa gestão financeira do projeto evita surpresas desagradáveis e permite um investimento mais consciente”, observa Ana.
Detalhes do imóvel
Para iniciar um projeto, segundo as arquitetas, algumas informações básicas sobre o imóvel são essenciais. Veja abaixo quais são:
- Levantamento completo com medidas e detalhes precisos sobre o terreno ou o imóvel onde o projeto será implantado;
- Planta baixa original, se houver;
- Histórico de reformas anteriores, se houver;
- Plantas de estrutura e instalações anteriores (elétrica, hidráulica e gás), caso estejam disponíveis;
- Contato do condomínio ou órgãos regulamentadores, caso existam exigências específicas para obras e reformas;
- Informações sobre restrições urbanísticas ou ambientais e outras regulações especiais;
- Condições estruturais visíveis, como rachaduras, infiltrações ou desgastes que possam impactar a obra.
Evitando contratempos e mal-entendidos
Uma comunicação clara e funcional durante o processo é fundamental para o sucesso de um projeto. Para isso, Juliana ressalta ser importante ter transparência sobre seus desejos e suas limitações financeiras, acompanhar todas as etapas e esclarecer as dúvidas em cada fase. A arquiteta ainda salienta que pedidos frequentes de alterações podem comprometer prazos e aumentar custos.
Já Daiane destaca ser essencial ter comprometimento com as escolhas feitas e com os prazos combinados, além de ter disponibilidade para reuniões, estar presente e participar. Para Ana, é imprescindível ter flexibilidade para ajustes: “Às vezes, imprevistos surgem e estar a
expresso.arq com informações de Fernanda Drumond