Atendimento veterinário domiciliar: como funciona e os benefícios aos pets

Consultas veterinárias feitas em casa pode ser positiva aos animais de estimação e também para os tutores
Consultas veterinárias feitas em casa pode ser positiva aos animais de estimação e também para os tutores — Foto: Unsplash / Ayla Verschueren / Creative Commons

O atendimento veterinário domiciliar é um facilitador na rotina dos tutores de animais de estimação que têm uma vida corrida. Além de ser um modelo que funciona bem para os humanos, atender os pets em casa promove bem-estar aos animais e contribui para exames mais precisos.

“Esse formato pode representar redução de estresse, manutenção de conforto, comodidade e atenção mais direcionada e personalizada. Também permite a ampliação do olhar técnico por parte do médico-veterinário da realidade onde vive o paciente, podendo contribuir na avaliação geral”, sintetiza Aline Silva de Mattos Queiroz, professora da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense (UFF).

A principal diferença entre o atendimento em casa e na clínica está no local de atendimento e nos tipos de serviço permitidos em cada um desses cenários.

Segundo Gabriella Guerreiro, veterinária que trabalha com atendimento domiciliar, procedimentos “não tão invasivos” podem ser realizados a domicílio sem a necessidade de uma estrutura. Isso inclui, por exemplo, atendimento clínico geral e especializado, curativos, fisioterapia e exames básicos, como coleta de sangue, ultrassonografia e ecocardiograma.

No entanto, há atendimentos feitos exclusivamente nas clínicas. “Procedimentos cirúrgicos, como emergências e urgências, que demandam aparato técnico específico e infraestrutura de suporte mais completa, devem ser realizados em clínicas ou hospitais”, explica Aline. Essa é uma exigência legal do Conselho Federal de Medicina Veterinária, que pode ter orientações específicas, conforme o Conselho Regional de Medicina Veterinária.

Vantagens do atendimento veterinário domiciliar

Nos casos que o atendimento pode ser realizado em casa, ambas as profissionais apontam vantagens para os tutores e animais:

Otimização do tempo

“Em uma clínica ou Hospital Veterinário, dependendo do dia e horário ou do fluxo de atendimento, que pode incluir possíveis emergências, podem se formar filas de espera”, lembra Aline. Além de afetar os compromissos do tutor, a espera pode causar agitação nos animais.

Para Gabriella, o horário marcado e exclusivo também possibilita um atendimento mais cuidadoso por parte do profissional, que não precisa se preocupar com as demandas e emergências dos clientes que estão na recepção.

A ansiedade sentida pelos gatos ao ir para a clínica pode resultar em estresse e ações defensivas — Foto: Freepik / Creative Commons
A ansiedade sentida pelos gatos ao ir para a clínica pode resultar em estresse e ações defensivas — Foto: Freepik / Creative Commons

Redução de estresse e bem-estar animal

O estresse do animal pode ser reduzido. O translado até a clínica e a volta da casa, a espera para o atendimento e os estímulos externos, como odores, sons e presença de outros animais são características que, comumente, podem trazer desconforto para os animais. Essa experiência, ainda, varia em cada espécie:

  • Gatos: as duas especialistas concordam que o gato é a espécie que mais se beneficia nesse formato. “Esses animais são caçadores, gostam de rotina e previsibilidade. Também são altamente conscientes do espaço onde vivem, quando saem dessa ‘zona de conforto’ para irem à clínica, podem ter medo e ansiedade”, conta Aline. Fora o estresse, o atendimento em clínica pode ter uma consulta dificultada devido ao estado de defensiva do pet. Isso já é investigado até mesmo no meio acadêmico. Um estudo publicado no Journal of Feline Medicine and Surgery mostra que o estresse do gato cresce a cada um dos seguintes fatores: animal em jejum, colocado na caixa de transporte, em veículo, na sala de espera e, por fim, no exame.
  • Cães: quando falamos de cachorros, que costumam passear com os donos, o estresse é reduzido. “Pode representar apenas mais um passeio e interação com outros indivíduos – cães e humanos”, afirma a professora. Apesar disso, há caninos que podem se tornar agressivos perto de outros, que possuem dificuldade de mobilidade ou ficam agitados em ambientes desconhecidos. Nesses casos, o atendimento domiciliar pode ser uma boa aposta.
Cães conseguem conviver em harmonia com diferentes espécies, mas também enfrentam conflitos em algumas situações — Foto: Unsplash / FLOUFFY / Creative Commons
Cães conseguem conviver em harmonia com diferentes espécies, mas também enfrentam conflitos em algumas situações — Foto: Unsplash / FLOUFFY / Creative Commons

Deslocamento

Além de causar estresse para os animais, não precisar se deslocar é uma facilidade aos donos. “Responsáveis idosos ou que estejam passando por alguma condição debilitante para guiar cães grandes ou agitados demais, ou mesmo impossibilitados de carregar peso, podem se beneficiar do formato”, aponta Aline.

Laços entre tutores e profissionais

Segundo Gabriella, o ambiente da casa ainda permite uma criação mais fácil de vínculo entre tutores e profissionais. Sem contar o entendimento da relação entre animal e tutor e animal e ambiente, podendo facilitar a consulta e a avaliação do veterinário.

Evita a proliferação de doenças

Para filhotes, o atendimento domiciliar também ajuda a evitar o contato com outros pets e a possível proliferação de doenças.

Desvantagens

Por mais que o atendimento domiciliar seja positivo para os animais e tutores, nem todas as demandas podem ser realizadas em casa – o que limita o formato. Além disso, ainda que o animal fique menos estressado, a presença de um profissional pode causar a fuga do pet. “Existe a possibilidade do animal ser menos ‘permissivo’ ao atendimento, justamente por dominar mais o espaço em que vive”, diz Aline.

Gabriella ainda comenta que o profissional pode ter dificuldades de realizar alguns exames, caso o dono não consiga ajudar a segurar o animal. Enquanto isso, para os tutores, o atendimento a domicílio costuma ser mais caro.

expresso.arq com informações de Bianca Camatta, com Alex Alcantara

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