Diplo constrói mansão com referências brasileiras na Jamaica; veja fotos
O escritor e filósofo alemão Johann Wolfgang von Goethe resumiu a arquitetura como “música congelada”. Ele dizia também que o estado de espírito despertado pelas obras arquitetônicas é semelhante ao efeito criado pelas melodias. Quais notas, então, podem ecoar a partir dos volumes e planos entrelaçados desta casa monumental em meio a uma floresta na Jamaica? A residência de Thomas Wesley Pentz, premiado DJ e produtor musical mais conhecido como Diplo, surge em toadas que misturam concreto, madeira e vegetação exuberante. Assim como o proprietário é mestre em mixar e remixar, a construção reflete uma estética criativa, na qual diferentes materiais, tons e texturas interagem de maneira rítmica.
À noite, ficamos cercados pela trilha sonora jamaicana – um milhão de cigarras, pássaros, grilos e as batidas das casas noturnas distantes
— Diplo
Segundo o músico americano, a Jamaica sempre o inspirou. “Para uma pequena ilha, este país gerou um impacto cultural poderoso em todo o planeta”, defende. Há cerca de uma década, Diplo adquiriu 20 hectares de terra e criou ali um retiro isolado para familiares e amigos, longe da multidão. “Era um lugar maluco para construir”, confessa, citando os desafios de acesso ao terreno paradisíaco. Para encarar a tarefa hercúlea, reuniu uma equipe de artistas inspiradas. Escolheu Lauren Crahan, à frente do Freecell Architecture, escritório nova-iorquino marcado por abordagens experimentais. A ela se juntou a designer Gia Wolff, que se concentrou nos aspectos performativos da arquitetura e na relação entre habitante e espaço. O time de Diplo contou ainda com Sara Nataf, sua diretora de criação de longa data, cuja missão era equipar a morada com o auxílio de Katelyn Hinden, sua assistente incansável. “Es
“Diplo estava incrivelmente aberto para ouvir nossas ideias, o que nos empolgou”, lembra Lauren Crahan. “Ele viajou pelo mundo e passou temporadas em países tropicais como a Índia e o Brasil, o que o apresentou a um belo cruzamento de nomes como Geoffrey Bawa, Oscar Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha e Roberto Burle Marx. Decidimos que o concreto moldado seria uma escolha natural para criar volumes simples e arrojados que dialogassem com a selva”, resume a arquiteta. Ao lado de Gia Wolff, ela começou a explorar o território na companhia de locais que, empunhando facões, abriram os caminhos no lote. “A floresta era um baú de tesouros, com colinas, planícies, grutas, todos os tipos de árvores e uma variedade de microclimas. Boa parte do nosso trabalho foi fazer as conexões entre os elementos da paisagem”, recorda Gia.
Dividida em uma ala privada para uso de Diplo e uma ala lateral que acomoda os hóspedes, a residência se ergue ao redor da piscina e da área de jantar. Os elementos de conexão em forma de pontes, treliças e passagens abertas convertem a estrutura em um único organismo interno-externo, atento aos sons da natureza, em constante mudança. “Lauren e Gia estavam obcecadas por luz e sombra. A casa muda o dia inteiro, então o tempo é intrínseco ao projeto. O movimento das nuvens, a chuva, o sol”, descreve o DJ.
expresso.arq com informações de Mayer Rus