Como organizar as finanças para ter um 2024 tranquilo e sem sustos!
No último mês de fevereiro, 77,9% das famílias brasileiras estavam endividadas e 28,1% inadimplentes, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Diante destes números, conseguir colocar as contas em dia não é mais uma opção, mas uma necessidade urgente.
O primeiro passo, segundo João Vicente Junior, professor do UniSenai Paraná nos cursos de Administração e Ciências Contábeis, é entender a importância das finanças pessoais para uma vida mais tranquila e organizada. “Assim, será possível identificar com maior facilidade e prudência os recursos e aplicá-los de forma eficiente, controlando melhor os gastos e evitando dívidas”, diz.
Com as finanças pessoais em ordem, é possível passar longe de muitos dos estresses relativos ao dinheiro vividos pelos brasileiros todos os meses. “Você conseguirá planejar para que as saídas de dinheiro, ou seja, as suas despesas por mês, não sejam maiores do que as entradas, evitando ter que pedir empréstimos ou ficar devendo no cartão e cheque especial, que têm juros altos, entre 8 a 14% ao mês”, aponta o gestor financeiro e de riscos José Antonio Silvestre Curti Junior.
Comece pelas dívidas
O primeiro passo é fazer uma análise financeira aprofundada. “É fundamental fazer um levantamento da atual situação em que se encontra, listando e identificando todas as fontes de renda, as despesas fixas (tais como aluguel, água, luz, internet, etc.) e as despesas variáveis (lazer, alimentação e transporte)”, indica João.
Sabendo exatamente de onde vem e para onde vai o seu dinheiro, o momento então é o de estabelecer objetivos – e cumpri-los – e tentar algumas estratégias para reduzir o endividamento, se este for o seu caso:
- Reduza despesas desnecessárias: identifique as áreas que consegue reduzir os gastos e redirecione os recursos para amortizar ou quitar as dívidas;
- Estabeleça metas financeiras: busque opções e condições realistas para quitar ou amortizar as dívidas existentes;
- Priorize as dívidas: liste todas as dívidas e quite, dentro do possível, as com taxas de juros mais altas. Se conseguir, tente amortizar com pagamentos mínimos as outras de menor valor;
- Crie um plano de pagamento: definidas as prioridades, estabeleça um plano para liquidar as dívidas de forma eficiente com base em sua capacidade de pagamento;
- Negocie as dívidas: procure os credores e negocie as condições mais favoráveis para quitar ou parcelar as dívidas.
Organização é a chave!
Anotar todos os gastos é essencial para manter as contas sempre em dia e não esquecer de nenhum pagamento. “Você precisa fazer uma lista do que entra e do que sai da forma que tiver maior facilidade, que pode ser no papel, no computador ou no bloco de notas do seu celular. Anote o meio de pagamento (cartão, débito, consignado), quando e quanto paga”, ensina José.
Comece pelas despesas fixas – aquelas que devem ser pagas, independente de ter ou não dinheiro em conta, e sobre as quais incidem juros – que incluem itens como aluguel, financiamento de imóvel, prestação do carro, escola dos filhos e contas de água, luz, gás e IPTU. Em seguida, anote as despesas variáveis, como supermercado, combustível, passeios, roupas e presentes, que são mais flexíveis e podem ser reduzidas ou cortadas, se necessário.
João sugere, se possível, automatizar o máximo que conseguir os processos, para facilitar a tarefa no dia a dia e conseguir cumprir suas metas de controle sem estresse. “Coloque os gastos em débito em conta, use planilhas de Excel e outros programas de controle. O processo de contabilização deve ser feito de forma diária e todos os recursos e gastos devem ser anotados”, orienta o especialista.
Sempre no azul
Pode parecer simples, mas a melhor forma de viver uma vida livre de endividamento e inadimplência é ter um orçamento detalhado, listando as fontes de renda e as despesas mensais. Quando não se sabe quanto se ganha e se tem de dinheiro disponível para usar, é muito fácil ultrapassar o limite e cair em equívocos, que podem comprometer a sua saúde financeira.
Veja algumas dicas para se manter sempre dentro do azul:
- Elimine ou diminua despesas supérfluas;
- Compare preços de produtos e serviços para evitar gastar um valor a mais, que poderia ser usado de outra maneira;
- Tenha metas financeiras claras. Se quer viajar, comece já a se planejar e a guardar dinheiro;
- Procure pagar tudo à vista para obter descontos vantajosos;
- Controle os seus gastos para que eles não excedam a sua capacidade de pagamento;
- Busque oportunidades de aumentar a renda sempre que possível;
- Procure poupar uma porcentagem de seus rendimentos todos os meses para ter uma reserva de emergência;
- Esteja preparado para qualquer imprevisto, como a perda de um emprego ou uma doença na família, tendo valores aplicados no banco;
- Revise seu orçamento regularmente para ver se o seu estilo de vida condiz com o que você ganha e pode pagar.
4 dicas essenciais
Conforme João, seguir estas quatro regras básicas evita muita dor de cabeça em relação ao dinheiro. Coloque em prática e veja a sua vida financeira se transformar!
- Eduque-se financeiramente: procure aprender sobre finanças pessoais o quanto puder, seja com cursos, livros, seja até mesmo pela internet. Isso poderá te ajudar nas tomadas de decisão a fim de gerenciar melhor o seu dinheiro;
- Mantenha um orçamento mensal: ele é a principal ferramenta que te auxiliará a controlar os gastos, garantindo que não usará mais do que ganha. Isso é fundamental para obter uma saúde financeira;
- Estabeleça metas financeiras: ter metas claras e objetivas ajuda a manter o foco e a motivação para economizar e investir o seu dinheiro;
- Registre todas as despesas: anotar todos os gastos fixos ou variáveis ajudará a identificar onde o seu dinheiro está sendo aplicado e
expresso.arq com informações de Ana Sachs