Passeio com o cachorro: 10 coisas que você precisa saber antes de sair com o pet
Muitas dúvidas podem surgir na hora de passear com o cachorro: quantas vezes por dia sair? Que horário é melhor? O que levar? Qual a duração ideal do passeio? Para acabar com estas questões, a veterinária Aline Ambrogi, docente do curso de Medicina Veterinária do Grupo UniEduK, explica a importância dos passeios para o animal e tudo o que deve ser feito para que este momento entre você e seu pet seja o mais tranquilo e prazeroso para ambos.
Tem hora certa para passear?
“Os passeios devem fazer parte da rotina diária do animal, pois evitam o acúmulo de energia que podem desencadear num ciclo de estresse e ansiedade. Mas evite o horário de maior calor, entre 10h e 16h. A exposição ao sol e ao piso quente em horários inapropriados pode ainda queimar seriamente as patinhas do cachorro. Prefira o início da manhã e fim de tarde”, recomenda.
E como saber se está muito quente para o passeio? “Sempre que for passear com o animal, cheque a temperatura do piso: coloque a mão no chão por 30 segundos e, se sentir que está muito quente, certamente saberá que não é uma boa hora para passeio”, aconselha a veterinária.
Perigos do calor
Os horários em que o sol está mais forte oferecem outros riscos à saúde do cão, podendo fazer com que desenvolva doenças como hipertermia maligna (quando a temperatura corporal do animal chega a mais de 40ºC em um curto espaço de tempo) e até câncer de pele.
“Eles dissipam o calor corporal pela respiração, por isso ficam ofegantes e com a língua para fora quando estão com calor. Animais braquicefálicos, que são os de focinho achatado como shih tzu, pug, buldogue e american bully, sofrem mais com esse tipo de problema, podendo até morrer”, alerta Aline.
Os pets dão alguns sinais de que algo não está bem. “Eles podem ficar bastante ofegantes, demonstrar cansaço, quererem deitar-se no chão ou até mesmo levantar a patinha e mancar para evitar o piso quente. Ou ainda começar a lamber as patinhas e não deixar que o tutor chegue perto, por estarem com dor”.
Aline conta que raças de pele branca, como pitbull e boxer, têm mais pré-disposição a ter câncer de pele, em caso de muita exposição ao sol, mas qualquer animal pode desenvolver a doença. A recomendação é levar ao veterinário caso apareça alguma alteração na pele do pet.
Filhotes podem passear?
A veterinária lembra que, para sair de casa, o cão deve estar com as vacinas necessárias em dia, e o ciclo de vacinação só é completado com 16 semanas de vida. “Nessa idade, ele precisa ter tomado pelo menos três doses da vacina múltipla e a da raiva. Outras vacinas também estão disponíveis, como da gripe. E pelo menos duas doses de vermifugação devem ser feitas até os quatro meses de vida”, detalha.
Precisa passar protetor solar?
A resposta é sim – mas não o mesmo utilizado por humanos, diz Aline. “O protetor solar é essencial para animais, principalmente os que possuem pelagem curta e branca. Em cães com a pelagem mais longa, o ideal é passar em áreas em que os pelos não protegem, como a pontinha do focinho, ponta da orelha e barriga. Além do protetor, existem ainda roupinhas de cachorro com proteção para raios UVA e UVB”.
O que levar no passeio?
O item básico para passear com o pet é a guia. “Nenhum cachorro deve passear sem controle de seu tutor, pois é arriscado tanto para o pet quanto para as pessoas. A guia ideal é a que seja segura e não machuque o animal. Existem inúmeros modelos disponíveis no mercado, mas a escolha deve ser de acordo com o porte do cãozinho e o material da coleira. Água pode ser dada em um bebedouro portátil. Petiscos e brinquedos também são bem-vindos. E leve saquinhos para pegar as fezes feitas no passeio”, enumera.
Focinheira é necessária?
Este item depende da raça do cão e da localização geográfica. “Cada estado ou cidade têm suas normas quanto a raças que precisam de focinheira. As que estão em todas as listas e obrigatoriamente precisam de focinheira são: pitbull, doberman, bull terrier, rottweiler, pastor alemão e o fila brasileiro”.
Quanto tempo fora de casa?
Para a profissional, essa questão depende de vários fatores – como raça, idade e temperamento do cachorro. “Animais mais velhos, por exemplo, podem fazer caminhadas diárias e curtas. Raças mais enérgicas e cães jovens podem passear até três vezes ao dia. Tudo depende do comportamento individual de cada cão”.
Locais ao ar livre, como parques e praças, são ideais. “As caminhadas podem ser feitas ainda em pisos mais rústicos, estimulando o crescimento de uma pele mais grossa e menos sensível”, conta, salientando que a constância em passear melhora o comportamento do cão no restante do dia.
O que fazer se o cão comer algo que não deve?
Ela lembra que é responsabilidade do tutor observar se o bicho de estimação está seguro e não come nada durante o passeio. “Os alimentos encontrados na rua podem ser perigosos, por estarem estragados ou conterem algo tóxico. Caso o cão coma alguma coisa, é importante mantê-lo em observação. Se ocorrerem vômitos, diarreias ou dores abdominais, ele necessitará de atendimento veterinário para um primeiro diagnóstico”.
É preciso limpar as patas após o passeio?
Não, necessariamente, afirma Aline. “A não ser que estejam muito sujas ou com algo incomodando o animal. Nesse caso, dê preferência por água, sabão neutro e toalha, pois os produtos com soluções e com cheiros, como lenços umedecidos, podem causar alergia”.
Benefícios do passeio
Passear faz bem aos cachorros. “Com uma rotina de passeios, ele se sentirá seguro, sem extrapolar nos puxões ou tentativas de fugas. E os diferentes estímulos nos passeios fazem com que o animal tenha um comportamento ideal dentro de casa pois, além de gastar energia, ele fica acostumado a diferentes pessoas e ambientes. Consequentemente, não latirá exageradamente e nem estranhará visitas. Se ele tiver medo, pode ser que empaque, mas isso pode ser melhorado com treinamento”.
E gatos, devem passear?
Se você também tem gato, pode ter ficado em dúvida se eles também precisam sair acompanhados. A veterinária da UniEduk desaconselha. “Os gatos não devem sair para passeios com o dono, a não ser que sejam muito acostumados. A maioria dos gatos fica estressada com os estímulos e pode até passar mal. O ideal é que os gatos vivam em locais seguros, dentro de casa com janelas teladas para evitar acidentes e doenças”.
expresso.arq com informações de Jonathan Pereira