Pets em casa: itens e ações que podem afetar o bem-estar dos animais
Ter um bicho saudável e feliz é a meta de todo tutor cuidadoso e amoroso. Para que o pet tenha uma vida segura e tranquila, é importante prestar atenção em diversas pequenas ações e objetos que podem prejudicar o seu bem-estar. Por desconhecimento ou por imprudência, muitos cuidadores acabam colocando os animais em riscos desnecessários.
O primeiro passo para garantir animais saudáveis é nunca comprar um filhote de criadores que não respeitam a segurança dos pets, tratando-os como meras mercadorias. Para quem deseja ter um cão ou um gato de raça específica e opta pela compra, ao invés da adoção, é importante que o processo seja realizado com bastante cuidado.
“Pesquisas profundas são necessárias antes de dar esse passo. Faça visitas presenciais ao local, avalie as condições de higiene e as instalações em geral e tenha um olhar especial para os reprodutores”, orienta Pedro Risolia, um dos veterinários à frente da Petlove.
“Escolher a raça ideal para a sua família também é importante, visto que existem raças mais ativas e com maior gasto de energia do que outras. Outro ponto é prestar atenção à saúde do animal. A realização de check-up é sempre recomendada”, completa a veterinária Mariana Agulló.
No dia a dia, a segurança dos animais pode ser afetada por diversos fatores, como rações de baixa qualidade e restrição à água limpa e fresca.
“Ambientes sujos, pequenos ou sem ventilação adequada; não interagir ou brincar com o pet; manter o animal preso ou acorrentado; e negligenciar a sua saúde, não o levando a consultas periódicas ao veterinário são outras atitudes que podem prejudicar os pets”, diz Mariana.
Veja abaixo o que evitar para manter a integridade e saúde dos pets:
Perigos em casa
Conforme a veterinária Maria Ines Nassif Barauna, há inúmeros perigos no lar que podem colocar até a vida dos animais em risco. “É preciso estar sempre do olho nos pets”, alerta. Veja os principais a seguir:
- Acesso fácil ao lixo ou a armários, de onde eles podem pegar alimentos, medicamentos, produtos de limpeza e outros objetos que causem engasgos e intoxicações;
- Objetos em que eles possam se enroscar ou se enforcar, como fios de persianas que vão até o chão ou cabos de televisão;
- Bancada da cozinha acessível, principalmente para os cachorros maiores e gatos, que podem acabar se queimando em um fogão ou uma panela quente;
- Algumas espécies de plantas, que podem ser extremamente tóxicas para cães e gatos;
- Móveis instáveis, escadas, varandas e janelas sem proteções são potencialmente perigosos para os pets.
Medicamentos
Mariana orienta para nunca medicar o animal sem orientação. “A compra e a administração de remédios deve ser feita por orientação de um veterinário. O profissional escolherá a melhor medicação, dose e tempo de uso para determinada doença”, diz.
É essencial, ainda, buscar lojas especializadas para a compra de medicamentos para os pets. Formulações inadequadas ou adulteradas podem levar os animais de estimação a quadros graves de intoxicação e até mesmo à morte.
“Os tutores devem sempre desconfiar de preços muito abaixo do mercado e de procedência duvidosa. Ao adquirir um remédio na internet, é primordial buscar por fornecedores e distribuidores certificados. Formulações inadequadas e/ou adulteradas podem levar os animais de estimação a quadros graves de intoxicação e até mesmo à morte”, fala Pedro.
Alimentação e higiene
Segundo Mariana, os alimentos comprados pelo tutor devem ser específicos para animais de estimação, como ração e petiscos. “Jamais oferte alimentos tóxicos, como chocolates, alho, cebola, bebidas alcoólicas, balas e doces”, alerta. “Caso o pet coma alimentação natural, é de extrema importância um acompanhamento com nutricionista-veterinário”, completa.
Pedro pede atenção, ainda, às rações veganas disponíveis no mercado atualmente, que não atendem a totalidade das necessidades nutricionais específicas dos animais. “Optar por esse tipo de alimento pode prejudicar sua saúde, levando a doenças. O mais adequado é oferecer rações sem corantes, transgênicos e aditivos, mas que tenham as proteínas necessárias”, aponta.
Os produtos de higienes e acessórios também devem ser destinados para o uso pet, a fim de evitar alergias de pele e de olhos ou outros problemas de saúde.
Anticoncepcionais
Segundo Pedro, esse tipo de medicamento para fêmeas devem ser evitado, a não ser em casos específicos, com acompanhamento do veterinário. Segundo o médico, a melhor alternativa para evitar gravidez indesejada é sempre a castração.
“O uso indiscriminado de anticoncepcionais para fêmeas, principalmente em casos de cadelas e gatas que não precisam deles, pode causar diversas doenças em decorrência de alterações hormonais, como tumores mamários”, aponta.
Brinquedos
Para serem seguros, os brinquedos para pets precisam ter tamanho adequado, conforme o porte e a espécie. “É preciso atenção a possibilidade de ter pequenas peças ou materiais que podem ser engolidos”, destaca.
Outro item que merece cuidado é o osso de couro em nó para cães, que costuma ser usado como mordedor. “Esse item tem substâncias químicas e pode causar engasgo ou sufocamento. Mordedores naturais, como cascos e chifres bovinos, e brinquedos próprios, são opções mais seguras, desde que usados sob supervisão”, indica Pedro.
Coleiras perigosas
As coleiras anti-latidos usam pequenos choques para “silenciar” os cães, podendo causar dor, medo e estresse nos animais. “Ao contrário do que possa parecer, elas não ajudam a diminuir os latidos, mas, sim, agravar problemas comportamentais, aumentando a reatividade do pet”, afirma Pedro.
Já os enforcadores de metal, que causam uma leve pressão no pescoço dos cães para “educá-los”, podem interromper o fluxo sanguíneo, aumentar a pressão intraocular, deslocar vértebras cervicais e colapsar a traqueia. “Além disso, o uso desses artigos pode aumentar a reatividade do cão a pessoas e outros animais”, diz o veterinário.
Em substituição a esses itens, ele indica o uso de coleiras peitorais e treino com reforço positivo, como petiscos para cada ação correta que o cachorro fizer. “Isso ajuda a promover uma relação de confiança e bem-estar”, aponta.
Para os gatos, o barulho constante das coleiras com guizo interfere na audição e pode causar estresse e perda auditiva, explica Pedro. “Uma alternativa mais respeitosa é ensinar o gato a responder ao chamado do dono com recompensas, como petiscos”, ensina.
Spray sonoro
O método usa sons que causam medo nos pets para solucionar questões comportamentais, mas pode abalar a relação de confiança dos pets com os tutores, especialmente no caso de cães.
“Além disso, esse tipo de método aversivo não soluciona o problema. Reforços baseados em recompensas são mais eficazes e saudáveis. Para isso, é possível oferecer brinquedos recheáveis, mordedores, pelúcias e tabuleiros, de modo que o pet execute comportamentos naturais e minimize os inapropriados”, sugere Pedro.
expresso.arq com informações de Ana Sachs